Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes...

Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta,sem interesse pela resposta,pobre ou terrível, que lhe deres:

Trouxeste a chave?

Carlos Drummond de Andrade

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.

O poder da Literatura é transformador.

O poder da Literatura é transformador.
A palavra segue como senhora das construções humanas. Os bons discursos unem razão e emoção, argumento lógico e o apelo do espírito. (...) Mas o que faz com que discursos se perpetuem na história é o fato de não se distanciarem da ação.

Ao Mestre com carinho.

Ao Mestre com carinho.
Queres voar, queres habitar as alturas: Joga o que te pesa ao mar. (Nietzche)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Murmúrios...


Quando tudo parecer obscuro, quando não houver mais nenhuma porta para bater... quando a solidão se instalar em nossa vida... é preciso ainda ter esperança... de que corações e mãos poderão nos acolher. (autor desconhecido)

Desabrochar...... Clarice Lispector

Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa porque no fundo a gente não está querendo alterar coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro.

Lágrimas Ocultas - Florbela Espanca

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida...
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi em uma outra vida.

E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas,
E cai num abandono de esquecida!

E fico pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago,
O meu rosto de monja de marfim... 
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!