Não há melhor fragata que um livro para nos levar a terras distantes...

Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio.
(...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta,sem interesse pela resposta,pobre ou terrível, que lhe deres:

Trouxeste a chave?

Carlos Drummond de Andrade

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.

Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.

O poder da Literatura é transformador.

O poder da Literatura é transformador.
A palavra segue como senhora das construções humanas. Os bons discursos unem razão e emoção, argumento lógico e o apelo do espírito. (...) Mas o que faz com que discursos se perpetuem na história é o fato de não se distanciarem da ação.

Ao Mestre com carinho.

Ao Mestre com carinho.
Queres voar, queres habitar as alturas: Joga o que te pesa ao mar. (Nietzche)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

"O maior defeito deste livro és tu, Leitor."

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. Já diz o prólogo: É desnecessário o entendimento da obra. A obra em si é tudo. Se te agradar fino leitor. Faz bem. Se não agradar, pago-te com um piparote, e adeus!
O narrador lamenta o baixo número de leitores, mas sabe que há no Brasil da época um índice grande de analfabetismo, desta forma, ele resolve não adular os seus leitores, ao contrário, é muito crítico, rude e impaciente.
Brás Cubas é um grã- fino que nos conta as memórias de sua vida passada, na maior parte, no Rio de Janeiro. O narrador, no entanto, está morto, mais ainda, dele já nada resta na terra, tanto que dedica a obra aos vermes que lhe comeram a carne.
O narrador é repleto de ironias sobre toda a sociedade dos vivos, o que inclui, naturalmente, o próprio leitor.Esse leitor que estava acostumado a um tipo de romance romântico, repleto de sentimentos e emoções, iria com certeza estranhar essa narrativa machadiana, com um narrador filósofo que inicia a sua narrativa pelo fim.
Professora: Valdirene
(Viajantes na língua portuguesa - Rede Salesiana fev. 2010)